terça-feira, 20 de agosto de 2013

Dois novos sopros da Musa no ouvido:



1. Outrora o Tártaro talvez quisesse,
Para fugir de quem já fui, serei.
Num rio vagar, à escuridão me dar,
      Desejável fosse.

Beata sombra com os dons de Baco,
Parte das mênades nos montes correndo,
Sem me importar com memoráveis coisas
     Desgastadas ao sol.

Hoje, o vinho alentador recuso,
Do cais escuro distam as velhas sombras.
Vultos celérrimos sigo na noite,
     Deleitadas visões.

Constelam vórtices diariamente
Os olhos múltiplos em telas plenas,
Dificilmente acompanho aqui,
     Pois de ti, disto muito.

2. Em seus braços quero me lançar
Deslizar nas ondas da noite
Que cobrem-lhe bela testa.
Afogar em seus lábios,
Que recendem uma chama carmim,
Aplacar o implacável
Desejo.
Lançar célere e acre pilum
Nos lençóis de cetim
Entregar em seus braços claros
O último filho do sonho a dar
O peito em chamas
Que não se consomem.